Para comunicar de forma eficaz devemos estar consciente de que existem
fatores externos que poderão afetar a nossa comunicação, tanto positiva, como negativamente.
Tomar consciência dessas barreiras é fundamental para que
possamos saber como eliminá-las, ou, caso isso não seja possível, como geri-las,
minimizando o impacto na nossa mensagem, aumentando, assim, a qualidade da comunicação.
Haverá, com certeza, outras, mas pensemos nas seguintes
barreiras:
Linguagem inadequada
Se, numa determinada situação, um canal pode funcionar bem, noutra situação, tal poderá não suceder.
Normalmente funciona bem quando transmitimos mensagens simples
oralmente e mensagens mais complexas, oralmente e também por escrito.
A linguagem escolhida é também fundamental para uma
comunicação eficaz, e portanto, o uso de calão ou abreviaturas pode dificultar bastante. Como tal, o nível da linguagem usada deverá ser escolhido com cuidado, devendo ter em conta o nível de educação e conhecimento do público esperado para uma
boa adequação da linguagem.
Pressuposições
É frequente o ser humano achar que sabe coisas que não sabe.
Temos mecanismos mentais que nos permitem saber o que vai acontecer, ou o que
aconteceu no passado. Mesmo quando esta informação é desconhecida, nós pensamos sabe-la.
Imagine que tem um colega muito “certinho” que nunca se
atrasa, nem um minuto. Certo dia ele atrasa-se uma hora sem avisar ninguém. De
imediato você irá concluir: “Aconteceu alguma coisa”.
Talvez ele tenha apenas adormecido, e nada demais tenha
acontecido. Talvez se tenha esquecido de acertar o relógio na mudança de hora.
Esta é uma capacidade do ser humano, que pode influenciar a
forma como a comunicação chega ao destino, levando a uma interpretação errada,
ou desviada da mensagem original.
Distorções cognitivas
As distorções cognitivas podem ser vistas como a forma como
interpretamos o que ouvimos, em função de quem somos. Nós somos
fruto daquilo que vamos absorvendo do mundo exterior: da educação que
recebemos dos nossos pais, do que aprendemos na escola, do que vemos nos
nossos amigos, do que assistimos na televisão, das nossas interpretações de
tudo isto, da nossa noção de justiça e injustiça…
Tudo isto leva a que ao ouvirmos algo, possamos enquadrar o
que ouvimos em algo que já temos na nossa mente por via das recordações.
Podemos, assim, abstrair-nos seletivamente de alguma
informação recebida, categorizá-la de imediato quase que “colando-lhe um
rótulo”, generalizar ou personalizar, relacionando consigo, sem fundamento
aparente, a mensagem que está a receber.
Linguagem corporal inadequada
Grande parte do significado de uma mensagem é comunicado
através da comunicação não-verbal:
Postura
Gestos
Expressão facial
Tom e
nível de voz
Forma de vestir
Olhar
Proximidade (espaço pessoal)...
No
entanto, a comunicação não-verbal pode ser ambígua, e o seu significado pode
variar em relação à cultura, ao contexto, entre outros.
Gestos aleatórios
podem ser interpretados como se tivessem significado, quando na realidade, não
têm qualquer intenção. Até mesmo a forma de vestir pode assumir uma enorme
influência na comunicação não-verbal e pode influenciar a percepção e os
estereótipos das pessoas.
Ruído
O ruído consiste em quaisquer interferências que ocorrem
entre o emissor e o recetor da mensagem.
O ruído poderá ser relativo a:
Distrações
resultantes de imagens na parede ou objetos na sala.
Comunicações
escritas e inclusão de material irrelevante.
Interrupções
por parte de outras pessoas, um telefone a tocar, ou ruídos externos.
Feedback fraco
O feedback representa a resposta que o recetor envia de
volta ao emissor, sobre como a mensagem foi compreendida.
É uma reação, e sem
ela é impossível o emissor saber se o recetor aceitou e compreendeu a
mensagem. Este feedback poderá ocorrer em modos diferentes:
Pode
pedir-se às pessoas para repetir o que disseram (comunicação verbal);
Através de
um aceno da cabeça ou franzindo a testa (comunicação não-verbal), entre outros.
O feedback é especialmente importante para ajudar a
esclarecer mensagens confusas.
Fraca capacidade de escuta
A capacidade de escuta pode ter um impacto grande na
eficácia da comunicação. As barreiras à comunicação incluem, neste caso, falta
de atenção ou distrações dos ouvintes, pelos mais variados motivos, pelo que
algumas das mensagens, ou até mesmo em todas, poderão perder-se.
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